terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MATE (a) MÁ (é) TICA

Onde eu estava com a cabeça, quando cometi os erros primários?

Não é possível. Não fiquei atento aos mais pequenos detalhes. E agora? O que fazer?

Deixei de fazer contas. Deixei que alguns números passarem despercebidos. Se não percebi a presença deles, agora é certo que noto sua ausência.

Mas....espera um momento....eu....me sinto cair.....cair num buraco....

...Não consigo distinguir se é um buraco devido ao julgamento de terceiros...ou se é um buraco, pelo meu julgamento....

Estou caindo.... E enquanto caio, me vem frases...

Não sei de onde elas saem, mas provavelmente, pelo eco que fazem, vem da minha cabeça,

...em queda livre...

(Voz de um menino de seis anos) : Você sabe se a mensalidade da escola vai aumentar? Porque se for assim ,eu vou ser obrigado a sair, porque meus pais não tem condições.

(Voz de uma mulher) : Eles tomam o que lhe pertencem porque assim eles ganham dinheiro. Fazem o serviço deles, a favor da justiça, te tirando o que você tem de mais precioso. E ganham bem fazendo isso. O governo apoia-os dessa forma: eles faturam tirando de outros.

  (Voz de um homem) : Eu não tenho grana para te dar. Coloco comida dentro de casa para você comer e se não estiver contente arruma um emprego, seu vagabundo! 

(Voz de um jovem) :  O problema do mercado negro não é os meliantes que roubam. São os outros, que comprar ou financiam essa prática...

(Voz de uma menina) : O meu pai me dá tudo que eu quero. Tudo mesmo.

(Voz de um menino qualquer num semáforo qualquer) : Mê dá uns trocados para minha família e eu comer,tio? 

(Uma leitura ocasional) : Os seguranças, a princípio, não deixaram ninguém sair. Obrigavam todos, em meio ao caos e ao incêndio, que pagassem a conta...

(Voz de pessoas) : A proposta deles era melhor...

(Vozes de homens e mulheres) : Tenho minhas contas para pagar... 

(Vozes, apenas...) : Estamos dependendo do atendimento público enquanto nosso filha morre um pouco a cada segundo. Se fosse particular, já tínhamos sido atendidos...

 (Murmúrios) : Morreu, vítima de um assalto. Levou três tiros, quando reagiu e não quis entregar o dinheiro...

O QUE EU SOU!? ONDE ESTOU? QUE RAÇA PERTENÇO!! EU...EU...EU NÃO LEMBRO DE NADA....ESSAS VOZES? DE QUEM SÃO? DE ONDE VEM!?

(Silêncio momentâneo)

Oh....Agora me lembro que sou. De onde vim. Que raça pertenço.

Eu sou um ser humano. Imperfeito. Minha raça criou, com seu maior defeito, sua maior dependência.
Sem sabermos administrar, sem nos preocuparmos em fazer de nossas criação chamada números nosso amigos, ansiamos a qualquer custo domina-lo, termos em abundancia e podemos gasta-lo só com nós mesmos. Nem que para isso matemos outras pessoas queimadas, com fome, com desprezo, com inútil comparação, por medo, por vaidade, por maldade ou em Nome de Deus.

Somos capazes de nos enganar, pensando que se pensa em si, e acabamos por esquecer nós mesmos, da mesma forma que esquecemos de nos culpar. E culpamos algo que nem exist; que é abstrato. Nem passa de nomenclatura.

O ser humano é assim. Afirma que o DINHEIRO MATA PESSOAS... e elas acabam matando elas mesmas e o dinheiro.


Cuidado, Amor. Você será a próxima vítima...

...Culpada...
 



 
 

 








quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sob pressão, A Criação

Estava aqui, mexendo em algumas coisas durante esses dias e acabei encontrando uma antiga redação. Na ocasião eu estava fazendo um cursinho (muito ruim) afim de me preparar e entrar numa faculdade. Não posso reclamar muito do curso pois, assim como ele mesmo, minha vontade na época de cursar uma era bem pequena, leviana e não iria longe com aquilo.
Em uma das aulas desse curso, havia a disciplina de Português e naquele dia a professora pediu uma redação.
Eu olhei para o lado e logo vi pessoas torcendo o nariz, se apavorando e cerrando os dentes. Apenas eu abri um sorriso de orelha a orelha, me garantindo no que eu mais gostava de fazer durante minha vida na escola, fora as aulas de Artes!
Sorri, levemente e sutilmente sarcástico, girando a caneta na mão só esperando a professora dar um tema. não havia nada, naquela época, que eu não conseguisse escrever: estava antenado com muita coisa. E não esperava um nível absurdo dentro daquele cursinho. Inclinei o peito para frente. Me estiquei e me preparei para o que a professora iria pedir.
Eis que, para a minha surpresa, ela diz para a sala:
"O tema da redação de hoje é 'Minha vida no futuro'. Vocês imaginarão como será a vida de vocês no futuro, em uma idade bem avançada e refletirá tudo que passou. Então, contará na redação o que vocês lembraram e o que achou do caminho que percorreu até aquele dia. 'valeu a pena, o sacrifício? Estão felizes?' Essas coisas..."
O meu sorriso desapareceu na mesma hora, porém foi engraçado, porque ele se fora lento.Gradativamente. Ou melhor dizendo: DECRESCIDAMENTE!
Quem estava do meu lado ou mesmo  na minha frente, fez questão de se virar, pra ver se ainda encontrava em mim toda aquela confiança.
Não.
Não encontrava.
Nunca, na minha minha história escolar, tinha travado num tema de redação.
Era a minha primeira vez. Dolorida. E o orgulho gritava.
fiquei mais de meia hora, só olhando pra porcaria do tema. E por que diabos eu não conseguia desenvolver esse tema?
Simples: sou daqueles que acreditava que morreria jovem ou,  não sendo muito dramático, antes da 3ª idade.
Acho que de lá para cá não mudei muito esse meu ponto de vista. Mas não é o que eu quero discutir agora...
Houve, de repente, um impulso por conta de uma ideia que surgira na cabeça. Encarava-a como a única maneira de conseguir, ainda sem total certeza, a fazer a bendita redação.
Levantei e me dirigi à professora, no mesmo instante em que via, ao meu redor, pessoas que de-tes-ta-vam redação,e a desenvolviam com total atenção e empenho.
Por fim, argumentei a verdade para a educadora: eu não conseguia pensar nisso. Não adiantava. Não via um futuro distante. Não tinha tantos sonhos. Sempre considerei a vida um mistério e difícil de prever. Não
tinha esperanças de chegar velhinho, lá na frente. E perguntei se eu podia me colocar na pele de outra pessoa.

Ela achou o pedido estranho e, a princípio, não havia entendido. Eu expliquei de novo, sem graça mas falando muito sério, que, para eu fazer a redação, eu teria de me colocar no "papel" de outra pessoa.
Ela deu de ombros e disse que tudo bem.

Voltei e sentei.  Todos estavam se divertindo, em termos, com a redação.
E daí fui jogado num cenário totalmente diferente. Aos poucos meu corpo entrava dentro de um outro. Mais debilitado. Com angustias. E uma saudade que em breve seria eliminada. Eis a Redação.

( Originalmente escrita em 17 de março de 2006)


O ponto final de uma vida

A televisão, ligada num volume razoável devido a minha audição já não ser como a de antigamente, não me entretém mais. Sinto que a cada dia que passa, venho me desprendendo das coisas materiais. Pensando bem, já me desprendi faz tempo.
Essa poltrona verde é a minha favorita. Acho que é apenas dela que eu sentirei falta quando partir hoje a noite. Esse quartinho de empregada no qual me encontro neste exato momento, nas províncias de um bairro pobre, me acolheu por demais. Não posso reclamar. Depois que te perdi, comecei a ver as coisas de outro jeito. Estou até hoje com esse pensamento.
Enquanto eu escrevo nesse bloquinho de anotações, observando a mesinha embaixo da escada. em cima da mesa está o seu vaso preferido: carreguei-o comigo até os dias de hoje. É incrível como não consigo me livrar de pequenas coisas, mas posso dizer que estou feliz, pois você me fez abrir os olhos...
Por outro lado, meu físico piorou. Você verá que eu estou muito gordo. Minha diabete agravou devido a depressão que ainda carrego pela ausência da pessoa que eu amo. Esses meus suspensórios  já estão quase arrebentando, e o dinheiro da aposentadoria só cai na conta daqui uma semana. vou deixar minha humilde quantia para o banco.
Eu sou um guerreiro, apesar de tantos problemas: meus filhos do primeiro casamento nem lembram que eu existo; a descriminação por eu ser idoso e por não ter um braço.
Não estou reclamando, afinal, sacrifiquei-o para te salvar do acidente. Foi uma pena que não consegui.
Agora olho para trás e vejo que tudo está no devido lugar. tenho certeza que fiz tudo e cumpri com a minha presença neste mundo. se eu tivesse que passar por isso de novo, eu o faria sem mudar nada.
Preciso fazer minha última refeição. A vizinha do cinquenta e quatro me trouxe comida enlatada da cesta básica extra que ela ganha. A luz da sala é muito fraca: meus olhos começam a doer, mesmo de óculos.
Queimarei essa folha de desabafo logo em seguida.
E vou lhe esperar na cama, porque sinto que esta noite você virá me buscar. Já começo a sentir o seu perfume.
Muito obrigado pela minha vida, e muito obrigado por me fazer sentir vivo até o dia em que a morte nos separou. 
Porque esta noite ela nos unirá novamente.


Quanta depressão!!!!!!
Muito dramática, confesso, para uma redação com um tema bem simples.
Mas, levando em consideração muitas coisas, eu afirmo que consigo sim, do meu jeito, me colocar no lugar de outras pessoas.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Regressar

Dentre os dias que passaram, me ajeitava aqui e ali, naquele lugarzinho onde ninguém podia me incomodar, a não ser minhas próprias e pequenas preocupações.
Não me jogava tampouco me arrastava, mas era levemente incomodo se organizar, diante de tudo que aconteceu, que estava acontecendo e o que está para acontecer.
Numa curiosa e levada mistura de tudo isso, acordei com aquela sensação de criança dentro de mim. Regressei uns 20 anos no tempo e hoje acordei menino. Sabe aquela sensação de 1° dia de aula?
Então, foi essa mesmo que me acompanhou no trajeto de ida para o trabalho.
A rapidez do resultado de quem mal dormiu focado no que deveria ser feito hoje foi bem vinda dentro do friozinho que encontrava meu corpo, louco para uma vestimenta mais quente. E o uniforme caiu muito bem.
Tudo ainda estava desorganizado e os itens se encontravam espalhados pela casa inteira. Entretanto tudo entrou no seu devido tempo e o tempo, raras as vezes, hoje foi solidário com o menino.
A primeira leva de pessoas estava lá, chegando junto comigo;entreolhares de um rival de espaço.
Nas escadarias que levavam a espera da grande capsula de metal, a lembrança de que um trem perdido, é só mais perda de tempo. O Vagão que se perde é o próprio tempo perdido...
Inúmeros comprimentos em segredo através dos olhares do meu velhos novos amigos, que vivo esquecendo o rosto, mas esses nunca do meu.
Ao mesmo tempo que me encontro deslocando por terra e alguns trechos até debaixo dela, ainda consigo acompanhar voos num mundo poético e cheio de estrelas. Os relógios que sempre me guiaram hoje também acenaram com seu ponteiro que sempre nos recebe educadamente com seu maior braço e nos mostra que estamos sempre em movimento.
Em um certo momento, onde alguns cochilavam, outros há mais de 60 anos atrás, uma triste música, carregada de verdades, surgiu e uma estranha calma se apossou de mim, respirando aquele ar que ainda demoraria para ficar poluído com desgastes e desilusões. Repousou- se em mim de tal maneira que meus olhos fecharam. E foi gratificante...
A mala que eu carregava, devido a forma que a peguei e saí quando as portas me deixaram na estação, não era uma simples mochila, porém uma mala. Negra, de couro, polida e muito importante. Ninguém sabia que ali dentro continha segredos antigos do mundo e criptografados; reveladores mistérios de como ser criança ou permanecer uma: que lembra sempre o adulto que um dia já foi criança e para a criança que o tempo é eterno!
As televisões ligadas em respectivos estabelecimentos exibiam cotidianamente seus noticiários. Havia me esquecido como ela é ansiosa para mostrar acidentes, desastres e confusões bem antes das 7 horas da manhã...
Em outros lugares, sou como um convidado, esperado como tantos outros, não obstante ,atrasado. Chego sem jeito, depois de tempos sem ver os antigos rostos que haviam se acostumado com o meu. Nada sei de suas vidas, mas o pão e o café é a ceia da qual , servida na mesa capitalista, nos une para juntarmos forças e enfrentar o dia que virá.
No fim do começo, uma cena arrematadora: O sorriso que me foi aberto, fez meus braços e minha boca abrirem em sinal de sorriso, alegria, saudades que estava sendo matada. minha mente esperava abraços gostosos, mas deve ter ficado tanto tempo esperando que ela própria fabricou e mandou  movimentos para o meu corpo doar abraços sinceros. Ah,criança, você não era assim...
O fim também foi de forma igual como era antes. Não importa o movimento da cidade. Até o Caos possui hora marcada e local para agir. Eis o inferno que o herói que sai de sua concha para dar sua cara a tapa precisa passar. Faz parte atravessar os campos de lava para chegar ao paraíso, disseram...
Nem mais, nem menos. O dia completou seu ciclo.
A mente cansada, ainda luta para reescrever as memórias...
Os olhos já se entregam, mesmo a luz que os ilumina para se manterem abertos...
Novos e velhos rostos foram vistos hoje, mais uma vez.
É uma pena que até para os mais próximos,  demorará para se tornarem "comuns".

domingo, 13 de janeiro de 2013

O passado que sussurra para o futuro

   Em um documento...
...Perdido no tempo...
...Entre muitas inscrições...
...Há, em seu verso, o nome de uma música...
...Engolida pelo tempo e pelo esquecimento...
...Renascida da Curiosidade, da Vontade e da Coragem...
...Em percorrer mais uma vez em planícies seladas...

(Originalmente criado no Facebook dia 11 de janeiro de 2013 e adaptado para o Blog)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Quatro lados versus um

1° Personagem: Então, é aqui. Mas saiba que...

2° Personagem: Eu não quero saber dos seus conselhos. Se é que pode dizer que isso é um, vindo de você...

1° Personagem: Pra variar, você sempre afim de não escutar, não é? Bem, depois não diga que não avisei.


2° Personagem: Agora que eu estou aqui, você sabe bem o que eu vim fazer. Dentro desse domínio há as regras e sabemos o que virá em seguida. Começe logo com isso...

1° Personagem: Você me parece afoito demais. Quer desistir? Talvez no fundo julgue-se ainda incapaz de...

2° Personagem: Suponhamos que sim, eu seja incapaz. Mas saberemos só se eu permanecer aqui o tempo que for necessário. Isso inclui meu raciocínio e meus movimentos. E até suas obersavções. É algo que nem eu, nem você, sabe com 100% de certeza.

1° Personagem: Será mesmo que eu ja não sei como isso vai terminar?

2°Personagem: Não sabe,não. Olha ali, veja quem está também. Você sabe o que aquela pessoa sente? Sabe? Como vai se movimentar? E o que move ela?

3° Personagem: ...

1° Personagem: Oh, ela nada diz. Será que é pela máscara que usa, que impossibilita de falar?

2° Personagem: Talvez. Embora a máscara seja bonita, não vim aqui para ouvir. Não de uma forma completa. Então não vim criando possibilidades e perspecitvas de ouvir vozes. Bom, não antes de começarmos. O que me interessa agora são só os...

1° Personagem: Hahahahahah! Sempre implacável nessas horas, hein?~pausa~ Por ser assim, você sempre desperdiça a chance e o momento que poderia usar aquilo que vc tem demais, mas usurfrui de menos.

2° Personagem: Hahahahah! Tão afoito quanto eu! Espere e verá se eu não usarei então o que vc me joga na cara agora pelo que me deu e eu não uso.

1° Personagem: ...



4° Personagem(oculto): ...E não é que ele foi mesmo?

5° Personagem(oculto): Pois é...

4° Personagem(oculto): Dentro de poucos anos, é, ao que me parece, a segunda vez que encara novamente a Planicie Monocromática desse tema.

5° Personagem(oculto) : Será que isso é mais um de seus capítulos de impulsividade? Veja bem: é que estou cansado de observa-lo e sempre dar nisso...

4° Personagem(oculto): Quem você quer enganar? Se assiste aqui, comigo, ele e o que pretende fazer, até mesmo como ele vai sair dessa, é porque vc ama a imperfeição dele. Ama esse jeito de ser imprevisivelmente previsivel. Este jeito de...

5° Personagem(oculto): Está bem, está bem! É...Talvez seja isso.Não sei. Eu...me preocupo um pouco com ele, acho...

4° Personagem(oculto): Ai está: outra mentira sua! Você não se importa com ele, e sim com as emoções que aquele pobre humano pode dar à você, quando e enquanto vc o observa.

5° Personagem(oculto): ...Tsc! ~pausa~ Bem, o que importa é a dúvida que nos faz ficar aqui, só observando. Crio pensamentos e possibilidades perante à existencia dele. Como pode, né? Penso se, nesse tempo todo, ele cresceu devidamente.

4° Personagem(oculto): ...E isso importa tanto? Bem, embora você e mesmo ele não acredite com exatidão, sempre questionando, oscilante, diante desse tema, acho que ele está no caminho certo.
(risos).~pausa~ Mas não podemos negar o fato de que ele é importante. Ele , na vida dele, sem saber qual é o seu perfume, altura, aparencia, ele tem o poder de fazer voce pensar nele. Observa-lo. Torcer. Ainda que seja pelo seu bel prazer.

5° Personagem(oculto): ...(pensamento longe) É. Queria, aliás, quero um belo desfecho...Você conhece minha natureza, então não me transforme num anti-herói. Sabe que se ele sofrer, eu desejo que ele sofra com classe, fazendo a melhor cena, chorando com as melhores lágrimas, e sua dor ser tão real que seja impossivel de continuar! Hahuhuuhuhahuahuuhahuuha! ISSO!! A ponto do sofrimento dele me dar um enorme prazer de assistir, enquanto minha língua se degusta do sabor futuro quando puder devora-lo, derrotado!

4° Personagem(oculto): Está vendo?

5° Personagem(oculto): O que? O que? Já começou?!

4° Personagem(oculto): Não, você. Está ai, divagando sobre ele. E veja: ele sequer se mexeu. Nem começou. Eles ainda estão conversando, ou discutindo, sobre os últimos preparativos...

5° Personagem(oculto): ...Grrr!! Tsc!!

4° Personagem(oculto): ... ou talvez, inconscientemente, estejam divagando sobre nossa existência, oculta...

5° Personagem(oculto): ...



2° Personagem: E então? Estou pronto! Quando isso vai começar?

1° Personagem: Hum...cenário ao redor? Música, talvez? O que deseja nisso tudo? Oras, sou eu quem faço , mas é sempre à pedido do cliente...(risos)

2° Personagem: Me remeta à uma atmosfera de 40 a 80 anos atrás...

1° Personagem: Já está se despedindo de alguém, por um acaso?

2° Personagem: (nervoso)Não! E mesmo se for, que fique aqui minha homenagem. Mas não é nada disso. Só estou nesse momento...Quero respirar esse ar...

1° Personagem: Muito bem! Está feito. com direito à melodia. Algo mais?

2° Personagem: Sim, o céu. Pode colocar o clima nublado, com nuvens cinzas?

1° Personagem: ...Sim, mas ahn...o que está pensand...?

2° Personagem: Apenas faça! Aqui, no chão eu também escolho?

1° Personagem: Sim, também. Mas é meio arriscado. Tudo isso envolve exatamente você conhecer bem o chão...

2° Perosagem: Então me providencie uma névoa. Baixa, rasteira. Não constante. De vez em quando vai ser bom observar os passos...

1° Personagem: Você é....bem, deixa pra lá! Sei lá, talvez, vc esteja exagerando um pouco. É só um...

2Personagem: Vê lá o que diz. Ou vai colocar em xeque seus feitos e sua existência?

1° Personagem: ...(silêncio prolongado). (seu tom de voz muda para um tom um pouco mais agressivo) Muito bem. Que assim seja!...Algo mais...?

2° Personagem: (pensativo) Não, acho que não...

1° Personagem: Por fim, preciso te aconselhar algo. É como se fosse uma orientação: Aqui você não irá muito longe se focar normalmente. Você, querendo ou não, também deverá estar focado ao que vc não vê a ao redor. Caso contrário, uma única distração, o sistema reconhecerá que é uma espécie de desistência e te jogará para fora. E ai, sim, você colocará em xeque os seus feitos e sua existência.

2° Personagem: ...(silêncio). (mudança da expressão tensa para um sorriso singelo e sem graça) Sabia que você é muito bom em dar conselhos que alfinetam...? (risos)

1° Personagem: (risos)...Hey....(pausa)...Boa Sorte...

2° Personagem: (caminha 3 passos à frente, enrijece o corpo alguns instantes e observa a mudança ao redor, que transforma num passe de mágica.)

Sobre o limite de 4 cantos distintos, a maior forma se multiplica dentro de si, fazendo de sua semelhança diversos avatares pequenos. Monocromático vira a planície. O Terceiro personagem entra, e fica em sua posição. O segundo, se encontra do lado oposto, como uma remota disputa entre dois mundos. O exército composto de 6 habilidades personalizadas estão todos dentro dos corpos que acabara de entrar. Se contar ações disperdiçadas, ambos possuem 16 chances.

1° Personagem: Escuta! Você dá tanta importância assim, pelo que vc diz?

2° Personagem:(olhando para trás) Sim. É a minha palavra. Ela se propaga numa explosão de sentimentos, eufóricos ,constantes ou não que invade outros mundos. Eu preciso cumprir, pois é dentro de mim que se origina isso. Eu preciso ser responsável por ela.

...
E a dimensão se fecha. Não se ouve mais o vento que move as nuvens cinzas. Não se enxerga mais a névoa que ora ou outra cobre o chão. Não se sente mais a música que fora escolhida. O Primeiro, o Quarto e o Quinto personagem esboçam um leve sorriso de boca fechada, aguardando a volta Segundo e seu resultado.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Uma viagem sem sair do lugar

Um lado dele defende a Vida.
Crê que tudo possui uma solução.
O mistério de Deus está contido nos segundos de respiração.
Usando dos cinco sentidos, pode-se alcançar o sexto e quem sabe poder mudar, aos poucos, a realidade ao redor, numa cadeia infectada que vai gerando mais vida e mais flores, numa explosão de cores.
O Outro lado defende a Morte.
Tudo tem um fim.
O mistério de Deus será revelado quando tudo acabar, e não será aqui.
Usando dos cinco sentidos, pode-se alcançar a supremacia do último golpe, do último movimento, do ultimo sopro da Vida, tendo a plena certeza de que viveu tudo que tinha de viver e que escolheu esse caminho sabendo sua consequência final, pois adota o 'fim' como algo normal, gerando um legado de quem respirou cada segundo como queria, na explosão de sentir dono da sua própria vida.


A diferença do primeiro para o segundo é que o primeiro, sabendo traçar e andar com cautela, vai longe, não pelo fazer história', mas buscar experiencias, aprendizados. O segundo se joga no fogo, na boca do lobo voraz e mesmo que busque a vitória, caso morra não há importância, pois além de admira-la como uma força que, quando chega, nada se pode fazer, crê também que o feito é feito de forma heroica.

Dos dois, parece que o segundo é o mais perigoso. Pois não tem medo de morrer. Não quer parar, mesmo caminhando em direção ao abismo. Ele acha que ali ele pode voar. E se não puder, em plena queda livre, ele vai fazer o que faz de melhor: improvisar.

Dois pontos de vista diferentes. Dois mundos que não se combinam. Mas pertencem ao mesmo sonho. De novo os sonhos. Com toques amargos do que não foi. Dois mundos de um mesmo Sonhador, Criador de Pesadelos.

 Uma cadeia de dias, horas, minutos e segundos, tão esperados, tão significativos, são recepcionados com um estimado prólogo. Este avisa, em seu discorrer natural, que existe pelos erros e pelo lado desprendido da Vida. E se quiser achar o que busca, terá de frear para ver, mais atenciosamente, o cenário à sua volta...

Claro que o prologo jamais seria claro dessa forma. Ele primeiro faz o Sonhador abrir os olhos, e deixa ele mesmo perceber do que se tratava a 'realidade' segundos antes de acordar; Depois vem o vazio na caixinha do peito. E tudo parece que a introdução do dia é iniciada através de um teste: levantar, caminhar, lutar, buscar, com algo faltando dentro de si.

As malas ja estavam prontas. Tudo estava decidido. Seu itinerário era certo. Não conhecia o lugar, mas apostou nele. Talvez foi o seu lado desgarrado, louco e insano. Buscando um romance próprio, não desse mundo. Talvez foi aconselhado pelo lado esperançoso e pacífico. Não se sabe. E provavelmente nunca saberá. Nunca saberão. Mas foi atendido. Um lado dele, ou os dois: um pelo perdão, outro pelo que buscou.

Foi dado aos dois os 4 básicos, ignorados por todos. À noite, foi dado algo além. Se preparou e fez o esforço de tentar alcançar a visão que almejava desde os tempos de suicídio inconsciente. Ali, embora tivera usado de artifício que o deixasse preparado para qualquer surpresa sobrenatural, estava certo e consciente do que queria contemplar. Estava tão puro, segundo o julgamento dos céus, que lhe foi dado um banho, primeiramente. Pálido, cor de Lua. As sombras ainda estavam lá, pois pareciam que tivesse saído de sua cabeça para sobrevoar e engolir a cidade na mais  desoladora escuridão. Não, não foi o que aconteceu. Como se pertencesse a uma tribo apagada no longínquo tempo desse nosso planeta, dentro de si ele orava, rezava para os Deuses. Não pedia - por favor- em suas orações mas dizia - não sairei daqui sem o que vim buscar; conceda-me, porque essas sombras, embora a natureza dela seja tirar a esperança do coração, não me dá medo-.

Foi dentro de instantes que o monstro alado de dissipou, ainda que não por completo, deixando um rastro do que ele procurava: não sabia, à principio, se o que buscava estava dentro do bicho ou, no cenário da dilaceração, pode enxergar além daquele corpo flutuante.

Sua reza ganhava mais força, porque não se curvava. Não pedia clemencia. Ele se mantinha em pé ou por vezes sentado, olhando pra cima. Convicto, fixo. Sorria de canto. Se afastava das novas amizades procurando um eixo e um angulo melhor da benção que buscava. Aquele rio parecia ser tudo que poderia ser concedido naquela noite. Até então depositar  seus pedidos na grande esfera pálida. Só ela tinha o poder de banhar ele e os céus, os seus.

Num grande arco, que aumentava a cada instante , agora banhava poucas pessoas despertas e muitas em sono profundo. Ele não sairia dali enquanto não sentisse toda a energia. Se alguém quisesse fazer companhia, seria aceita, tanto como foi. Caso não, não mudaria o que pedia em suas rezas. Como mero mortal, dono de dois mundos , ficaria ali. 

Foi ai que novamente deram as mãos. Fecharam os olhos. Sentiram. Entenderam, desde o primeiro momento que avistara, os relatos daquele experiente menino que sabia viajar por aquele caminho.
A perspectiva da visão, claro, era diferente. Mas o respeito e encanto era igual.

E só bastou ver, e contemplar, que os mundos fariam o resto. E com ajuda, ele foi longe...

Mas o Segundo também possui suas verdades: ~Tudo tem um fim~ e desse arco havia chegado.

Foi, assim como todas as despedidas, difícil de realizar. O lado desprendido ainda estava dormindo.

Foi apenas de noite, quando o corpo e alma acostumou com a vitória, que o Segundo despertou.

Dentro do grande caminho, de olhos fechados, ele mantinha os seus abertos. Trabalhando em sua teia, ele depositava o que foi, e o que é.

Na velocidade de suas costuras, suas linhas interligavam novamente à memória.

Velhas preocupações voltavam na mesma velocidade que se percorre a grande estrada.

Ele não sabia se dormia ou se estava acordado. Mas sabia que a realidade voltava, implacável.

A tristeza abraçava ambos.

O que salva o Primeiro é a lembrança de achar o que buscou e que não foi um sonho.

O que salva o Segundo é o impeto de se jogar novamente na Realidade Retaliadora e ver no que dá.


E ambos , pertencendo a mundos diferentes, dão as mãos, em algum lugar, numa única alma, que segue em frente.

Ele acordou, novamente.Com muitas tarefas a realizar e pensamentos a construir...