Dentre os dias que passaram, me ajeitava aqui e ali, naquele lugarzinho onde ninguém podia me incomodar, a não ser minhas próprias e pequenas preocupações.
Não me jogava tampouco me arrastava, mas era levemente incomodo se organizar, diante de tudo que aconteceu, que estava acontecendo e o que está para acontecer.
Numa curiosa e levada mistura de tudo isso, acordei com aquela sensação de criança dentro de mim. Regressei uns 20 anos no tempo e hoje acordei menino. Sabe aquela sensação de 1° dia de aula?
Então, foi essa mesmo que me acompanhou no trajeto de ida para o trabalho.
A rapidez do resultado de quem mal dormiu focado no que deveria ser feito hoje foi bem vinda dentro do friozinho que encontrava meu corpo, louco para uma vestimenta mais quente. E o uniforme caiu muito bem.
Tudo ainda estava desorganizado e os itens se encontravam espalhados pela casa inteira. Entretanto tudo entrou no seu devido tempo e o tempo, raras as vezes, hoje foi solidário com o menino.
A primeira leva de pessoas estava lá, chegando junto comigo;entreolhares de um rival de espaço.
Nas escadarias que levavam a espera da grande capsula de metal, a lembrança de que um trem perdido, é só mais perda de tempo. O Vagão que se perde é o próprio tempo perdido...
Inúmeros comprimentos em segredo através dos olhares do meu velhos novos amigos, que vivo esquecendo o rosto, mas esses nunca do meu.
Ao mesmo tempo que me encontro deslocando por terra e alguns trechos até debaixo dela, ainda consigo acompanhar voos num mundo poético e cheio de estrelas. Os relógios que sempre me guiaram hoje também acenaram com seu ponteiro que sempre nos recebe educadamente com seu maior braço e nos mostra que estamos sempre em movimento.
Em um certo momento, onde alguns cochilavam, outros há mais de 60 anos atrás, uma triste música, carregada de verdades, surgiu e uma estranha calma se apossou de mim, respirando aquele ar que ainda demoraria para ficar poluído com desgastes e desilusões. Repousou- se em mim de tal maneira que meus olhos fecharam. E foi gratificante...
A mala que eu carregava, devido a forma que a peguei e saí quando as portas me deixaram na estação, não era uma simples mochila, porém uma mala. Negra, de couro, polida e muito importante. Ninguém sabia que ali dentro continha segredos antigos do mundo e criptografados; reveladores mistérios de como ser criança ou permanecer uma: que lembra sempre o adulto que um dia já foi criança e para a criança que o tempo é eterno!
As televisões ligadas em respectivos estabelecimentos exibiam cotidianamente seus noticiários. Havia me esquecido como ela é ansiosa para mostrar acidentes, desastres e confusões bem antes das 7 horas da manhã...
Em outros lugares, sou como um convidado, esperado como tantos outros, não obstante ,atrasado. Chego sem jeito, depois de tempos sem ver os antigos rostos que haviam se acostumado com o meu. Nada sei de suas vidas, mas o pão e o café é a ceia da qual , servida na mesa capitalista, nos une para juntarmos forças e enfrentar o dia que virá.
No fim do começo, uma cena arrematadora: O sorriso que me foi aberto, fez meus braços e minha boca abrirem em sinal de sorriso, alegria, saudades que estava sendo matada. minha mente esperava abraços gostosos, mas deve ter ficado tanto tempo esperando que ela própria fabricou e mandou movimentos para o meu corpo doar abraços sinceros. Ah,criança, você não era assim...
O fim também foi de forma igual como era antes. Não importa o movimento da cidade. Até o Caos possui hora marcada e local para agir. Eis o inferno que o herói que sai de sua concha para dar sua cara a tapa precisa passar. Faz parte atravessar os campos de lava para chegar ao paraíso, disseram...
Nem mais, nem menos. O dia completou seu ciclo.
A mente cansada, ainda luta para reescrever as memórias...
Os olhos já se entregam, mesmo a luz que os ilumina para se manterem abertos...
Novos e velhos rostos foram vistos hoje, mais uma vez.
É uma pena que até para os mais próximos, demorará para se tornarem "comuns".
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