quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Diário de Bordo de um Sobrevivente: Prólogo Apocalíptico

(Texto originalmente publicado no dia 2 de Novembro de 2012, in Facebook)

"Lembro que era uma semana agitada. Coincidência ou não, naquelas últimas semanas a polícia de toda SP estava em conflito com a facção criminosa e o fogo cruzado já havia levado algumas vidas. O noticiário não parava de insistir que o crime era o personagem principal dessa confusão toda. Mas estava claro que não eram  só policias e criminosos que estavam morrendo. Civis também, em grande quantidade.
O 'toque de recolher' era constante e variava de bairro para bairro. Onde eu morava era a partir das 22 horas; outros a partir das 20 horas e alguns lugares (estranhamente), era a partir das 00:00 h.
Na quinta a noite, enquanto ficava no pc conversando com meus amigos, ouvia-se sirenes ao longe. Barulhos estranhos que ecoavam através do ar como explosões e barulhos abafados. Shino, um amigo meu, já estava disposto a sair no feriado, logo pela manhã, para encontrar não-sei- quem. eu também tinha algo marcado, mas agora não lembro. Agora não faz diferença.

Acordei no dia 2 de Novembro com barulhos no quintal do qual existem 4 casas, e minha casa é uma delas. Não fui ver o que era. Acordei de mau-humor e me enfiei no banho. Shino já não mais se encontrava em casa.
Quando estava de saída, minha surpresa: o quintal todo cheio de sangue. Marca de coisas que foram arrastadas pelo chão ensopadas de sangue decoravam o quintal. O meu coração disparava e meus olhos estavam incrédulos no que viam. Cada passo meu tremia e mal me mantinha em pé. Quando me direcionei ao corredor, meu desespero foi tamanho: uma horda daquilo que só tínhamos visto em filmes, se esforçava para entrar pelo portão, aglomerados e 'fechados' pelos mesmos corpos.
Lágrimas corriam involuntariamente pelo meu rosto quando regressei correndo e me tranquei em casa. Olhava ao redor e só achava panelas que me assegurariam alguns minutos de vida, enquanto eles invadiriam minha casa e me devorariam. Lembrei-me então da espada que meu amigo tinha aqui. Ela funcionava, em teoria.

Voltei para o corredor e, como se locomovessem mais rápido por ouvir qualquer som, fui chamando um a um, isso quando não atravessava a cabeça de dois ao mesmo tempo, graças aos seriados que me ensinaram direitinho como fazer.

Traumatizado, tremendo e com o serviço feito, vou até a rua procurar respostas. Tudo está um caos...

O 'toque de recolher' era isso, então. O Crime Organizado escondia esse fato.
As mortes eram isso. Estava além da minha compreensão ou da sociedade. Mas agora estávamos mergulhados no mais profundo caos e terror.

Era eu e minha espada. Indo para o metrô, no vale do Anhangabaú, procurar pelos amigos sobreviventes.

Eu fui no Zombie Walk 2012."

sábado, 19 de outubro de 2013

Nightpassion

(texto originalmente criado em 20 de Agosto de 2013, in Facebook)


Ah, admito que quando ergo meus olhos para ver sua face, seu mistério entra em sintonia com o meu e, da mesma forma que eu duvido que você saiba algo sobre mim, acontece também o contrário. Você já foi testemunha das minhas traições desmedidas contra ti. Não sei se você me observa, ou se me ignora, querendo talvez esquecer que um dia você buscou em mim respostas. Mas ainda te admiro e acredite: tudo o que eu fiz, incluindo te trair, bem embaixo do seu nariz, foi por amor.
Você me embala numa luz que me cobre e me faz bancar o mais perverso gato dos becos ou um vira-lata das ruas.
Mas acredite: foi por amor.
Muitas desejariam que eu olhasse para elas assim como eu te olho de forma única, admirando-te quando domina minhas noites com seu brilho cheio e intenso...