quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Limbo, Umbral, Pandeiro & Carnaval

Hoje vai ser aquele texto direto, reto e recheado de palavrões sobre problemas comuns. Então logo nesse primeiro parágrafo já aviso os 2 tipos de bastardos: Aqueles que nem leem até o fim por "preguiça" trê linhas já são o suficiente para treinar seu maravilhoso português diário; pare agora. O segundo tipo de bastardos são aqueles que lerão, mas por puro entretenimento. Já mando esses à merda logo porque é de lá que se enfiam e preferem se esconder. Nada contra: faça das suas merdas o que quiserem, inclusive seu refúgio. O Facebook, jogos,novelinhas chinfrins e eventos de animê estão ai pra isso...

Vou falar muito palavrão porque dentre tantos motivos (culpa minha!), não quero que sejam divulgados em jornais, onde metidos a ingleses de roupão vermelho, monóculo e cartola leem tomando seu chá das cinco, com suas pernas cruzadas, como se estivesse tudo bem com o país.

Bem, espero que todos tenham curtido o Carnaval como acham que mereciam aproveita-lo. Os que não conseguiram,  sinto muito.Aqueles que dizem não gostar do carnaval, não entendo: vocês pulam em outros lugares, com outras fantasias, até com "outras máscaras" e me dizem que não curtem uma roçada de salão?
 Aqueles que não conseguiram e enfrentaram o inferno de uma chuva sempre "inesperada" como a de hoje, aguarde na fila para latir feito um cachorro molhado e abandonado pelos seus donos por se deliciar nas próprias fezes. Eu começo...

Somos todos palhaços. E acabamos ofendendo, logo de começo, uma honorária profissão. Porque não temos carteira assinada para tal, dentro da vertente que a indique, e estamos concorrendo uns com os outros pra ver quem derruba o outro do picadeiro. Chegamos no fundo da lama. E que lama!

Não sei se em outros pontos estavam assim hoje, querida São Paulo, mas o que eu vi era lamentável. Minhas pernas alcançavam até que alguns trechos de "pequenos rios" de uma rua para a calçada, mas mudei 3 vezes meu trajeto por conta de "rios mágicos que surgem da nossa incompetência BEM num dia de chuva", inundando as ruas. Poucos, e digo mesmo MUITO POUCOS sensibilizaram a filmar ou tirar fotos de devotos do Trabalho & Estudos a atravessar mares de lama ou escuros de esgoto para chegarem em seus destinos. Só espero que os que tiraram fotos não era para o tema Instagram "Olha eu na chuva" e os bravos andarilhos não fossem devotos da novelinha das oito.

Câmeras de boa qualidade fotografavam e filmavam as vozes de quem participa de um país aleijado que vive tentando segurar uma cultura "rica". Ostentar uma coisa que foi modificada várias vezes por diversas mãos de inúmeras nações que meteram o bedelho aqui durante gerações também exige mãos tão fortes quanto essas das "mudanças convenientes"!

Foliões de plantão, antes que me critiquem por eu parecer criticar o carnaval, alto lá! Ao longo desses anos, vim admirando cada vez mais essa nossa cultura, a ponto de ler livros que vocês JAMAIS ouviram falar ( e de origem brasileira) sobre nossas origens. O que estou criticando é que somos palhaços hipócritas. E com "p" minusculo mesmo.

Tanto sou também que tentei pular Carnaval e por "azar" não consegui pular num clube com muita festa, gente suada, sacanagem rolando solta e clima alegre, feliz, contagiante e descontraído.

Me perguntei hoje por que me sentia um idiota dentro de um trem e um metrô com gente suada, fantasiadas de Estudantes, Trabalhadores & Empresários, com a indelicadeza rolando solta, de pessoas eufóricas para chegar sabe se lá onde e encoxadas de todos e por todos os sexos.

É Carnaval, né, PUTA QUE PARIU?!

 Mas há quem queria esperar sentado, nas estações. Entretanto, se no chão da mesma já era proibido, sentar no molhado devido e INÚMERAS goteiras se tornou um masoquismo sem tamanho: ou por querer sentar no molhado, ou ficar em pé, aguardando aquelas merdas atrasarem. "Se está no inferno, é para abraçar o capeta" então prepare-se para ser encoxado pelo cramunhão até a porta da estação que desce!

"Impossível aguentar tamanha palhaçada", ainda pensei. E Olhei as doses de drogas que carregava comigo. Eu tinha pensado em trocar as músicas do mp3 na noite anterior, mas não o fiz. Eu teria de usar as drogas que sei de trás para frente como me deixam minutos no mundo da lua, para tentar suportar o Inferno que estava cada parada em SP. E usei-as, na frente de todo mundo, fazendo o movimento do fone de ouvido na direção dos meus tímpanos, que não aceitou as doses como algo prazeroso e inovador. A fuga não rolou hoje, como de costume...

"Por isso prefiro cidades pequenas, afastadas da loucura e poluição das grandes Metrópoles!" Conheço frases assim de palhaços pomposos e essa também não cola. Querer sossego momentâneo é até alcançável, mas com nosso tino de escolher BEM nossos governantes, viver ao "Deus do Ará" é no mínimo, UTÓPICO. "Fé cega" como costumo chamar os bem aventurados e iludidos facilmente pelo PT e suas cestinhas básicas. Os que querem morar longe vão viver do que!? Caça? Pesca? Turismo?

O problema está em todo o local, caralho!!!!!

Esses palhaços só fingirão que estão bem e de fingimento, eu já estou de saco cheio. Vamos parar com isso, sim? Dinheiro e capital roda no meu rabo, como de qualquer caiçara ou gringo aqui no Brasil. Só que uns são mais, outros são menos. Mais: políticos. Menos: todo o resto...

Sorriram para um neném lindo que entrara no metro, no colo da mãe; olhos grandes, parecia menina. "Por que sorriram?", me perguntei.

Pra aliviar a suposta dor que a criança estava sentindo?

Ou a suposta humilhação?

Acho que foi um sorriso de " Não se preocupe, isso é normal e em breve você será uma idiota, feito nós, aqui dentro também, rs!" ^_^

No meio da suruba engravatada, uma moça me lendo um livro de oração. Espero (Deus me livre!) que ela esteja com problemas MUITO sérios na família  porque só ler aquele livreto de Mistérios de Maria, Mariana E Maria Joaquina não fará o metrô melhor e tampouco livrará elas da garra do diabo! Pior que não era só uma não: avistei umas duas ou três. Segurava firme o terço rezando com a certeza para quem, mas não com a mesma determinação quando digita os números na urna eletrônica.

"Jesus, está na hora de se eleger! Já que saiu o Papa, entra você!"


É. To com a sensação do "brasileiro burro, trouxa, palhaço, filho de uma puta, infantil e mimado" até agora: "Que inferno de dia! Bem, pelo menos o Carnaval valeu a pena. Que venha logo o próximo feriado! Enquanto isso, me contento com a sexta que já chega amanhã! Vou ser negligente com meus filhos, vou fazer picuinha nas redes sociais, vou jogar todo o "querer" em pessoas me ausentando de qualquer coisa que eu queria e em breve COPA, para a noooooooooooooossa alegria!"

Lona de Circo no cú de todo mundo. E Até a próxima, minha gente!



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

As Plataformas

O Eco é o seu interior. Vazia, costumam ser frias, até mesmo em dias de verão. Talvez a comparação venha diante da sua realidade, onde passa a maior parte do tempo cheia, preenchida, movimentada. Como um corpo que é detentor de bactérias, ou o espaço preenchido com as partículas do vazio, as estruturas da qual os homens construíram não são tão chatas assim.

Vejam.

E cuidado para não se perderem nos detalhes.

Ali dentro, há diversos relógios. Formas de respirar. E muitos pensamentos jogados ao léu. Seria possível,  no momento em que tropeçamos, culpa de um pensamento ali, abandonado de forma invisível?
Ou talvez um sentimento, que um transeunte deixou cair do seu corpo, já que leva tantas coisas pesadas como roupas, cansaço, desânimo ou pressa?
O lado em que caminhamos e a direção que nos leva se estende pelos nossos olhos de forma colorida, apenas quando nosso coração deseja e enxerga cores. Percebemos bem isso quando olhamos do outro lado e, sem qualquer divisão rígida que tampe nossa observação, vemos pessoas se dirigindo ao caminho oposto. mesmo que cada um tenha seu próprio tempo, o outro lado é o "negativo" da sua realidade: é preto e branco, é inverso, é diferente. Pouco se ouve o som que sai da boca nas primeiras horas da manhã: a concentração, seja lá do que vai ser enfrentado, é quase religioso. O mau humor muitas vezes vem embutido no pacote.

São dali e de cá, vistos de formas diferentes, dependendo do dia, clima, acontecimentos. As vezes esnobes demais, as vezes cegos. Não posso dizer dos outros, entretanto posso relatar de quem tenho certeza que viu uma coisa ou duas.

A massa é realmente assustadora! Tanto de quem vai na mesma direção, quanto quem vai contra, é realmente impressionante e ao mesmo tempo infantilmente empolgante: "Para onde vão? O que vão fazer? Eles tem a certeza do que querem? São Felizes?
Aquele pretende roubar. Ela se dedica nos estudos. Ele já bebe pela manhã para aguentar a responsabilidade de forma dormente. Ele ou ela vai de encontro de quem não lhe pertence, querendo esquecer o que já foi escolhido e que percebeu que, nesta vida, ninguém é de ninguém. Alguns vão ao médico, esperançosos em encontrar alguma cura. Outros buscam a cura adentrando no coração de outros. Ela vai criar um laço. Ele, resgatar um ou mais. Ela, para uma entrevista de emprego. Ele, é o que vai entrevistar. Aquele foge de um homicídio que acabara de fazer. Outro, está em indo em direção a realização de um.

Diversos passos. Do Mal e do Bem. E do meio termo também.

E a composição do cenário?
Carrega em si segredos do que foi pensado antes de projeta-lo em papiros modernos e carrega toda uma crença da atual sociedade. As formas que mais seduzem, no caminho que leva bons e maus atos!

Ah, quantas vezes dá para se sentir soberano, dentro daquele labirinto espacial?! Basta saber o futuro, e calcular precisamente o horário em que o acaso apronta das suas para que aquela massa contra-fluxo não te receba com olhos sonolentos, hipnotizados e furiosos, por possuírem um fardo que nada tem a ver contigo?
Certamente, sentirás um rei avançando , na frente de sua horda de passos confiáveis, que aquele espaço acabou de conquistar. Sua presença fez a contrária ser oprimida, covarde dentro de um atraso, um tempo próprio ou impotente perante seu ritmo adiantado!

Caso seja o contrário, ir contra a movimentação mostra que possui um caminho só seu, onde isso poderia ser exponencialmente ampliado dentro de uma filosofia que cada um de nós podíamos carregar todo santo dia. Faria de nós melhor, mais confiante, certos do que é incerto. Mantendo a incerteza, certa.

Mas sem dúvida, o melhor momento é aquele onde saímos do nível comum e subimos, lentamente, com ar da mais alta tecnologia, as escadas rolantes que ajudam no percurso. Dica: use-as somente se planeja observar algo. Se for pelas escadas normais gastará energia desnecessária.
Aproveite esse momento de sedentarismo e sinta elevar-se , tentando alcançar aqueles deuses de concreto, que fazer o horizonte baixo do cenário sujo de papel de jornal se tornar mais alcançável. Não se perca nas subdivisões: existem várias. Notará que eles nem são tão inalcançáveis assim...
A subida lenta é linda, é envolvente, é reconfortante. Pode-se ver de cima detalhes que jamais enxergaria no nível anterior: baixo, nivelado, tumultuoso. Se tiveres sorte feito eu, remeterá a infância, "pixelizada".
 No fim receberá a visão que mistura todos os níveis. As subdivisões ficam claras e suas cores, ainda mais fortes. Tonalidades que mexem com o coração: são os Sentimentos Panorâmicos!

Aquela sacada é linda. De lá já vi os deuses nos observarem , escondidos na escuridão, com seus olhos de fogo à mostra. E já observei duas vezes a linha que permanece entre os Dois Mundos. É a divisão mais sobrenatural que pude presenciar. Fora o espirito guardião das estações do ano. Cada qual mostrando sua forma no vento que sopra, indicando quem está no comando. Do vermelho ao cinza -azulado...

As plataformas. A existência ganha outro nome quando estamos nela. Sob ela. Sobre ela. Sobe ela...