sábado, 6 de julho de 2013

Brenda

Estranho. Ainda não acordei.
Não lembro-me de ter tomado nenhuma birita ontem a noite. Mas a sensação é de uma declarada ressaca, onde me encontro, neste exato momento, com dor de cabeça.

Lembro-me apenas de meu corpo produzir uma substância, ao longo do dia, e eu tomar aos poucos, em doses regulares.
... 

Ah, sim, e ter virado tudo à noite, numa explosão impetuosa de certas coisas que deveria fazer. Após isso, lembro-me de ter voltado ao estado inicial, mas com algumas lembranças que me chateavam.
Me distrai como pude, e dentro de mim, algo estava sendo ainda produzido, em silêncio.
 

Tinha aparência real.
Personalidade.
Movimentos próprios...
...e por fim, nome.
Nunca a vi na vida.

Veio abalar o meu coração, numa noite de 12 horas...


Numa confusão onírica, embora me encontrasse dormindo, misturou as cenas do que vi ao longo do dia. Lugares que frequento ou frequentei. Ela estava lá; apareceu. Não sabia de onde tinha vindo. Mas sua personalidade forte logo de começo me chamou a atenção.

O que geralmente acontece com os outros começava a acontecer comigo. E minhas paredes sumiam interessadas na suposta armadilha...
Seu rosto, cabelo, corpo, e o sorriso, revelado no fim, era um grande conjunto de pequenas peças pregadas com o intuito de adentrar em minha vazia caixa toráxica, que não bate nessa sintonia já faz um tempo. E olha só, que novidade: desta vez, não trazia em sua bagagem nenhuma semelhança do que eu já cheguei a gostar...
Era nova,entretanto, nem tanto. Vacilava em uma ou duas frases, embora seu império interior possuía um semblante das muralhas mais altas e sólidas. Mas já admirei inúmeras de longe; pensava assim e, logo que me aproximava, percebia que eram feitas de papel machê.

Essa, como ser humano, não era diferente...


Nosso definitivo encontro teve de esperar, por conta de uma confusão mundial que veio como um conflito em nosso enredo. Claro, tinha de ser no nível baseado no que vi no mundo real, pertencendo a mais um mundo imaginário, que por loucura muitos desejam, e eu simplesmente temo que isso ocorra.

O tempo foi rápido em cuidar dos detalhes da vitória, e tão logo me encontrei com ela novamente. Acho que agora sim, conheceria aquilo que eu estava disposto a viver novamente...

Mas...

Uma outra pessoa entrou na mistura...Disposta a lutar pelo que acreditava. E me encontrei dividido.

O Medo e Sentimentos tomam formas infinitas dentro do Mundo Amplo da Madrugada. Controlam corpo e imagens feito marionetes. E não tem dó da sanidade mental de seu Sonhador...
Por fim, tudo isso acaba com uma cena que reflete algumas culpas e alguns ressentimentos, que desencadeou o ápice do dia anterior. Eu a escolhi, e fazendo isso, deu a entender que estava dando uma nova chance. Para mim. Para nós.

O despertar trouxe consigo a ressaca. Agora sim, me lembro. Ontem a noite eu produzi meio litro de veneno e ingeri ao longo do dia e, a noite, tomei tudo o que restou num só gole.

Não era à toa que me encontro desse jeito. Mas tudo que aumenta no mundo dos sonhos, perde sua força se voltar para ele.

Por ora deixarei você lá novamente. Me perdoe, meu mais novo amor: não é nada pessoal.

Posso até dizer que, se não fosse por você, duvidaria que existe uma fagulha que poderá acender mais adiante. Obrigado, de alguma forma. Mas suas coincidências  no mundo real não me assustam por enquanto.


Agora, Adeus.






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