domingo, 24 de março de 2013

A silenciosa e diária luta contra o

Quando temos um alvo, um ponto vermelho ou qualquer outra cor que indique onde deve acertar; Uma massa, matéria que está ali, dizendo com todos os códigos do Universo que precisa ser enfrentada; que trocará energias agressivas conosco ou partirá para cima, mesmo nós não fazemos nada e, que a nossa vida se baseia em lutas e instintivamente teremos de nos defender, atacar, acertar e conquistar a vitória, subjugando o adversário, se torna, ao ler essas linhas, algo fácil e desafiador na teoria.

O coração acelera e sentimos o sangue ser bombado mais rápido pelas veias, quando passamos do estado teórico e vamos logo à pratica.


Mas, e se o alvo, inimigo ou adversário for invisível?


E pior: usando nós mesmos para nos auto-atacar?


Antigamente, os sábios e os mais evoluídos espiritualmente, segundo constam em páginas e na imaginação da humanidade, eram avisados de maus presságios através das estrelas - pontos luminosos que continham O Mistério e a Verdade, ou através das tempestades que se aproximavam. Eventos naturais, hoje em dia comuns e conhecidos por todo o mundo, eram antigamente devidamente respeitados, estudados e até temidos.
Ficou tão banal nos livros de Ciências que a crença e os estudos tão genuinamente ligados com a Verdadeira Natureza não passa hoje de Mitos, e mais uma vez, o ser humano atira no próprio pé, ignorando o que poderia muitas vezes salvar a Vida ou faze-lo pensar mais vezes.
Mas nem tudo está perdido: embora as forças, tanto do Bem quanto do Mal existam, elas ainda são avisadas por coisas simples. Como? Quando se trata de algo ruim, se manifesta nas coisas que mais nos chateamos e mais queremos que passe logo: indisposição, vontade de chorar sem motivo aparente, etc. E quando ainda mais pesadas, em eletroeletrônicos queimando, sensação de falta de ar quando não se fez nenhum esforço físico, calafrios involuntários, crise de desespero, costas pesadas, vultos e imagens grotescas que se camuflam na sombra.

O Problema é que esses avisos ou sinais avisam não o que está por vir, mas sim o que já chegou.

A luta então se torna extremamente desleal, se tentarmos sozinhos. Não conseguimos afetar ou até mesmo mudar a realidade ao redor pois já estamos tomado por Fracassos, falta de energia, deficit de confiança e assim, fica muito mais fácil ser dominado.

Errar é humano, constantemente fica claro que tem algo de muito errado. Na lista, será atingido tudo que amamos e gostamos, desde pessoas até coisas abstratas que damos valor.
A sensação, além de uma luta perdida, é andar em cima de uma esteira que corre lenta e cinicamente para trás.

Lá fora, JAMAIS podemos mostrar fracasso. Pegamos a Máscara do Lutador Perfeito e vivemos nosso dia, repetindo inúmeras vezes que essas coisas não existem e que sermos de Energia (ironicamente constatado pela Ciência), nada influencia em atrair outros tipos de energia semelhante na qual nos encontramos. Porque vivemos uma vida séria e REAL, sem fantasias.
Neste ponto, gastamos mais energia como um ator num teatro apresentando um peça da qual faz por amor, por ser extremamente desafiador.

"O importante é lutar, lutar lutar e VENCER!" Repetimos a cada segundo. Mas lutar com o que? Com Quem? Nós mal o enxergamos. Nem sabemos onde está e mesmo que saibamos, não conseguiremos atingi-lo. E nesse mini-jogo, vai mais energia pro ralo, desta vez mental.

Precisamos acertar algo, dar um hit e mostrar quem manda. Quem? QUEM? E começa a ficar inconscientemente atrativo atacar ou ferir aquilo que sente, que chora, que se magoa.

...

... O Afastamento é o resultado daquilo que acertamos por desespero. Mas o inimigo e o alvo nunca foi o que derrubamos. Aquilo continua do seu ladinho. As vezes vai embora, satisfeito. Quando não, teremos o dobro dos problemas.

A quanto tempo estamos lutando sem saber? Além de não sabermos onde atacar, não nos avisaram que ainda estávamos lutando. Nossa... faz tanto tempo que não me lembro quando começou.

A mente vacila: não dá os comandos certos. Diz levantar o braço direito, mas só consegue o esquerdo que, sem muita habilidade, acerta o rosto com um tapa. O Erro acaba sendo divertido, mas não para nós. Apenas para quem controla. A brincadeira se torna instigante, divertida e mortal.

Vejamos o que mais dá pra fazer. Será que conseguimos brincar de se suicidar? É leve, vai ser legal e divertido...
O soco vai contra o espelho. Mal conseguimos acreditar que o Estresse do dia-a-dia, lidando com pessoas extremamente equilibradas e puras nos fez socar a própria imagem no espelho. Este, indica quem se machucou. O reflexo é só um reflexo. Mas o punho sangra e sente dor. Com sorte, não irá ao médico e não trará nada dos corredores daquele lugar bem movimentado, até quando está vazio...

Bacana. Gostei dele. Vou querer levar comigo. Parece que aqui será mais divertido com a sua presença.
Armadilhas são um estágio bem avançado da luta cega. Ela ainda continua desleal. A mão louca para acertar algo, insana, quer ainda combater, mas tudo que acertou materialmente está longe. Mas o espelho é traidor e já indicou quem é o mais próximo.Ainda existe um. Um.

O pescoço sente-se apertado. O Coração se desliga de tudo que já foi Amor na Terra. Os olhos enxergam gradativamente as cores escorrerem e secarem no chão, deixando tudo preto-e-branco.
A sensação de estar longe, e não aqui neste mundo.
Um cigarro aqui e um copo ali alivia a tensão de quem está perdendo, e deixando um passo ainda mais perto de perder.
A mente chora pelos membros estarem tremendo de cansaço. E começa a achar alguma outra alternativa, pensando se tudo isso tem ou faz sentido.

Por fim, quando a Morte não é o juiz do fim da luta, um suspiro de Luz passa relampejante no Território dos Pensamentos: Será que, minha desistência está sendo de alguma forma, controlada?
Se conseguir provar que sim, então presume-se que ainda haverá mais alguns rounds. os pés dançam descoordenadamente enquanto a arma engatilhada está apontada para algum canto escuro da casa. Mas isso só dentro da mente já infectada: na verdade ela está apontada na região acima da orelha ou dentro da boca da marionete. As balas são invisíveis no tambor, mas acertam e seus efeitos são bem reais.

Pra vencer, é preciso unir duas letras. Uma consoante e uma vogal. Só. Só.
Mas, a esta altura, foi roubado de nós o estudo e a crença no Alfabeto. E letras são só letras.
A última luta, na beira do abismo: Lutar contra o que foi desacreditado.

Resgatar o que foi perdido.

E chutar o traseiro das sombras que nos enforcam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário